"Basta pressionarem o botão e tudo se resolve", afirmou o líder do Kremlin em conferência de imprensa.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, dirigiu-se esta sexta-feira aos países da União Europeia (UE) para sugerir que levantem as sanções ao gasoduto Nord Stream 2 para aliviarem as queixas sobre o aumento do preço do gás no inverno.
"Enfim, se estão impacientes, se tudo é tão difícil, decidam e levantem as sanções no Nord Stream 2, são 55 mil milhões de metros cúbicos por ano. Basta pressionarem o botão e tudo se resolve", afirmou o líder do Kremlin em conferência de imprensa no final da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), que decorreu na cidade de Samarcanda, no Uzbequistão.
Putin recordou não ter sido a Rússia que bloqueou o Nord Stream 2, antes a Alemanha, e inclusivamente antes do início da campanha militar na Ucrânia em 24 de fevereiro.
O Presidente da Rússia também assegurou que Moscovo não cortou o gás à Europa através do Nord Stream 1 por intenção, mas foi forçado a tomar essa decisão pelo facto de não receber peças de substituição para as turbinas e que deixaram de funcionar devido às sanções.
A UE tem insistido que as turbinas russas não estão submetidas a sanções, mas Putin respondeu que estas se encontra submetidas à lei britânica, pelo facto de a filial britânica da Siemens efetuar as reparações e manutenção dos motores do gasoduto.
"Temos culpa? Pensem quem tem a culpa. Que não nos acusem a nós pelos seus próprios erros", sublinhou.
Putin frisou ainda que o gigante do gás russo Gazprom e o Governo russo cumpriram e continuam a cumprir todas as obrigações contratuais.
"Deste lado nunca houve falhas, nem haverá", defendeu.
Na perspetiva de Putin, a Europa pretende culpabilizar Moscovo "para se proteger da indignação dos seus próprios cidadãos" pela crise energética.
"Esta é outra tentativa de transferir o problema ou a dor de cabeça dos doentes para os sãos. A crise energética na Europa não começou com o início da operação militar especial [na Ucrânia], mas muito antes", precisou.
Em paralelo, Putin confirmou em Samarcanda a "próxima" entrega de gás natural à Turquia, que qualificou de "parceiro fiável", e anunciou que "um quarto" destas entregas serão pagas em rublos.
Esta indicação, emitida na sequência do encontro bilateral que manteve com o homólogo turco Recep Tayyip Erdogan, confirma o acordo firmado entre os dois dirigentes durante o seu anterior contacto pessoal no início de agosto em Sochi, sul da Rússia.
Putin indicou ainda ter recebido "o sinal" que autoriza a exportação de produtos russos a partir dos portos turcos, e quando a Rússia permanece submetida a pesadas sanções ocidentais.
"As nossas empresas receberam o sinal de que poderão exportar os seus produtos a partir da Turquia", anunciou, e exprimindo a intenção de "aumentar de forma significativa" as trocas comerciais com Ancara.
A Turquia assumiu uma função decisiva na conclusão em julho, sob a égide das Nações Unidas, de um acordo com Kiev e Moscovo que permite a exportação de cereais ucranianos através do mar Negro e do Bósforo.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 5.827 civis mortos e 8.421 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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