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Scholz empossado como novo chanceler na Alemanha

O Bundestag confirmou a nomeação do candidato social-democrata vencedor das eleições de setembro.

09 de dezembro de 2021 às 08:31

O Bundestag (parlamento alemão) confirmou esta quarta-feira por clara maioria a nomeação de Olaf Scholz como chanceler da Alemanha. O social-democrata, vencedor das legislativas de setembro, sucede a Angela Merkel, que abandona a chefia do governo após 16 anos marcantes de poder na liderança dos destinos da Alemanha e da União Europeia.

Scholz, de 63 anos, foi empossado numa cerimónia realizada na tarde de quarta-feira depois de 395 dos 736 delegados parlamentares confirmarem a sua nomeação numa votação realizada logo pela manhã. Vai liderar um governo de coligação dos sociais-democratas do SPD com os Verdes e os liberais do FDP. A par de Scholz, tomaram posse os 16 ministros do novo executivo, o primeiro na Alemanha com uma distribuição paritária de pastas entre homens e mulheres. Outra novidade é que os Ministérios dos Negócios Estrangeiros e do Interior serão pela primeira vez dirigidos por mulheres. O primeiro por Annalena Baerbock, dos Verdes, e o segundo por Nancy Faeser, do SPD.

Ao fazer o juramento tradicional da tomada de posse, Scholz leu a frase segundo a qual aceita o cargo “para o bem do povo alemão”, mas evitou a fórmula final do juramento na qual os indigitados dizem, habitualmente: “Com a ajuda de Deus”. Educado num lar protestante, o novo chanceler abandonou a Igreja há muito, pelo que evitou a frase opcional que encerra o juramento.

Merkel recebeu Scholz na chancelaria para a transferência formal da chefia do governo que pôs fim a uma era de poder da líder democrata-cristã. “Esta é talvez uma das mais belas tarefas que existem”, disse a chanceler cessante ao sucessor, que elogiou a forma como Merkel enfrentou os duros desafios com que teve de lidar nos últimos 16 anos. “Deu forma a este país e a esta casa”, afirmou Scholz. Vice-chanceler no último governo de Merkel, promete agora continuar o legado da carismática líder, que teve papel marcante também na moldagem dos destinos europeus.

Mas mais do que continuidade, os observadores antecipam mudanças, desde logo num regresso à contenção financeira, parte das prioridades do FDP. Acresce que, ante os desafios imediatos da Rússia na Ucrânia e da China em Taiwan, antecipa-se uma linha mais dura da parte do novo chanceler.

Nasceu em Osnabrück em 1958 e estudou direito em Hamburgo. Filiado no SPD aos 17 anos, foi um jovem radical de esquerda que se tornou moderado e pragmático. Em 1998, aos 40 anos, foi eleito para o Bundestag. Adepto da vida saudável, pratica desporto habitualmente, sobretudo remo e jogging. É um leitor voraz, preferindo temas políticos. Deu o grande passo para a ribalta em 2002, ao ser eleito secretário-geral do SPD. Foi ministro das Finanças e presidente de Hamburgo e veio a ter a pasta do Trabalho na primeira coligação de Merkel, sendo vice-chanceler na quarta e última.

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