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Senhorios ignoraram problemas de segurança de torre em Londres

Residentes alertaram várias vezes para problemas com circuitos elétricos, isolamento e saídas de emergência.

14 de junho de 2017 às 12:18

A associação de residentes da torre Grenfell, a Grenfell Action Group, alertou os responsáveis pela gestão do edifício, a Kensington and Chelsea Tenant Management Organisation (KCTMO), diversas vezes para os vários problemas de circuitos elétricos, isolamento, acessos e saídas de emergência que, segundo o grupo punham em causa a segurança de todos.

No blog oficial da associação constam pelo menos oito textos que explicam as denúncias feitas aos senhorios e que "caíram em ouvidos moucos". Agora, após a tragédia do incêndio que destruiu por completo a torre, matando pelo menos seis pessoas e ferindo outras 70, a associação escreve que "era previsível que uma catástrofe deste género era inevitável e era uma questão de tempo até acontecer".

É descrito que a torre não respeita os parâmetros de segurança e de prevenção em caso de incêndio. Num dos artigos é relatado um "incidente catastrófico", ocorrido em maio de 2013, em que os circuitos elétricos defeituosos causaram um curto-circuito em toda a torre, que causou um incêndio após aparelhos elétricos irromperem em chamas. "É nossa convicção que um incêndio de grandes dimensões a ocorrer nesta torre ou noutra geridas pela KCTMO é a única maneira de levar os responsáveis à Justiça", considerou a associação de residentes.

Equipas de socorro com acesso dificultado à torre

Noutro texto é descrito que os serviços de emergência tinham o acesso "seriamente condicionado" ao edifício e que os senhorios aconselhavam que, em caso de fogo, os residentes ficassem em casa. É ainda criticado o revestimento isolador colocado nas última remodelações do edifício, que os moradores afirmam que "ajuda na propagação de fogo".

Na última publicação, feita há apenas três meses, os moradores dão conta de que  "ainda não há um plano de emergência em caso de fogo visível em todo o edifício, assim como noutros geridos pela mesma empresa.

Contactados após a tragédia na torre de Grenfell, a KCTMO não quis comentar o caso.

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