Já são visíveis os efeitos imediatos deste problema na forma de fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais usuais.
Mais do que os recordes de temperatura que a Terra registou em 2016 e 2020, os cientistas alertam para uma "tendência sustentada" e "muito preocupante", apontando para os seus efeitos imprevisíveis, mas negativos, a longo prazo.
Alfonso Delgado-Bonal, do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, sublinhou que já são visíveis os efeitos imediatos, na forma de fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais usuais, se bem que as consequências a longo prazo, sejam imprevisíveis.
"Se esta tendência continuar, não podemos sequer medir ou prever os efeitos. É muito preocupante", disse este físico atmosférico, natural de Salamanca, em entrevista a Lorenzo Castro E., da Efe.
A Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço dos EUA (NASA, na sigla em Inglês) divulgou na quinta-feira o seu relatório anual sobre a temperatura do planeta, segundo o qual a média de 2020 foi 1,02 graus Celsius (ºC) acima do valor registado entre 1951-1980, que se usa como referência.
Segundo a Administração Nacional dos Oceanos e da Atmosfera dos EUA (NOAA, na sigla em Inglês), o ano 2020 teve uma temperatura média de 14,88ºC, umas centésimas abaixo da de 2016, ao contrário da NASA, que aponta 2020 como mais quente do que 2016, mas por uma diferença tão pequenas que essencialmente se consideram os dois anos empatados.
Mas Delgado-Bonal realça o que o documento da NASA destacou, a saber que a tendência dos últimos sete anos, os mais quentes desde que há registos, desde 1880, augura novos recordes, a menos que se alterem os hábitos.
"As nossas emissões de gases com efeito de estufa não param, a atmosfera continua a aquecer e, além do mais, é um processo cumulativo", afirmou o cientista.
Por isso, as quarentenas obrigatórias em boa parte do planeta, devido à pandemia do novo coronavirus, acabaram por ter um efeito residual na média global da temperatura do planeta.
Delgado-Bonal destacou o consenso dos cientistas sobre o efeito da atividade humana na temperatura do planeta, o que inclui tanto a atividade industrial, como o abate de árvores na selva amazónica.
O cientista sublinhou que a crise climática vai trazer eventos meteorológicos "mais frequentes e de forma más intensa", como foi a última temporada de furacões no Atlântico, com vários recordes, entre os quais o número de tempestades com nome que se formaram, 30, mais duas do que em 2005.
Das 12 tempestades ou furacões que chegaram a terra nos EUA - Hanna, Beta, Laura, Delta, Zeta, Marco, Cristóvão, Sally, Eta, Berta, Isaías e Fay -, houve sete que provocaram individualmente estragos estimados em mais de mil milhões de dólares (828 milhões de euros).
Um relatório da NOAA, difundido este mês, revela que os danos provocados pelos desastres naturais nos EUA em 2020 superou os 95 mil milhões de dólares (78.635 milhões de euros), o quarto valor mais alta da história.
Delgado-Bonal alertou para possíveis temporadas ciclónicas, como a de 2020, com as previsíveis consequências desastrosas para as economias e, o que é mais importante, a perda de vidas humanas.
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