Vários autocarros não vão circular e algumas estações de metro também estarão fechadas durante todo o dia.
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Sem organização formal nem liderança declarada, os "coletes amarelos" em França admitem que a "surpresa" é a sua melhor arma, recusando ficar limitados ao perímetro do Champ de Mars, ao pé da Torre Eiffel, proposto pelo governo para a manifestação deste sábado.
"Não sabemos o que se vai passar em Paris durante o dia de hoje. Esperamos que o movimento não degenere. Nem sei quantas pessoas vêm, passa tudo pelas redes sociais e estamos a falar de indivíduos. O nosso objetivo é a surpresa, é sermos imprevisíveis", disse Xavier, 48 anos, "colete amarelo" vindo dos arredores de Ruão, em declarações à Lusa esta manhã, na Porte de Maillot, às portas de Paris.
Às oito da manhã deste sábado (07h00 em Lisboa), hora prevista para os coletes amarelos se começarem a juntar nos principais eixos rodoviários da capital, a adesão não era grande. São esperadas pelo menos 35 mil pessoas vindas de todas as partes de França - a única medida para prever o número de manifestantes é quem respondeu afirmativamente ao evento no Facebook.
Esta é a segunda jornada de mobilização em Paris, depois de os protestos dos "coletes amarelos", numa referência aos coletes amarelos que todos os automobilistas devem ter nos automóveis para se tornarem visíveis, terem começado na manhã do passado dia 17, mobilizando centenas de milhares de pessoas em todo o país.
Os bloqueios continuaram durante toda a semana fora de Paris, com centenas de operações de marcha lenta organizadas pelo movimento.
Esta sábado, a segurança em Paris foi reforçada com mais 3000 policias nas ruas e perímetros de segurança nos locais mais emblemáticos Campos Elísios, Palácio do Eliseu, Matignon e Assembleia Nacional.
Vários autocarros não vão circular e algumas estações de metro também estarão fechadas durante todo o dia.
O Ministério do Interior propôs como local de encontro e manifestação oficial o Champ de Mars, relvado atrás da Torre Eiffel - também fechada aos turistas durante todo o dia -, mas a ideia não agradou aos coletes amarelos.
"Recusamos ir para o Champ de Mars, estamos à procura de algum sítio emblemático. Não estamos aqui para dar cabo do Eliseu ou de Matignon, só queremos ser vistos. Vamos fazer as coisas de forma inteligente. Claro que quando estamos na província, as coisas são mais calmas e percebemos o medo das autoridades. Aqui em Paris podem juntar-se outros movimentos e tudo pode acontecer", afirmou Xavier.
Esta é a primeira vez que este "colete amarelo" se junta a um movimento deste género e a sua principal motivação para se manifestar é "estar farto deste ou de qualquer governo".
"Estou farto deste ou de qualquer outro governo, seja direita ou esquerda. Nós pagamos os nossos impostos, sem problema, mas eles só delapidam. Aumentam cada vez mais os impostos, mas não gastam o nosso dinheiro em coisas importantes como hospitais. Só aumentam a dívida pública", disse Xavier, convicto de que este é o principal motivo que leva as pessoas à rua.
Os "coletes amarelos" são um movimento cívico à margem de partidos e sindicatos criado espontaneamente nas redes sociais e alimentado pelo descontentamento da classe média-baixa.
Inicialmente alimentado pelos protestos contra o aumento dos combustíveis, o movimento serve agora como espelho do descontentamento com o Presidente Emmanuel Macron, apelidado frequentemente nestes protestos como o "Presidente dos ricos".
Os "coletes amarelos" têm o apoio de 74% da população francesa, segundo uma sondagem publicada na passada sexta-feira.
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