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Três suspeitos detidos pela polícia por alegada tentativa de rapto em Maputo

Suspeitos negaram qualquer envolvimento na alegada tentativa de rapto, afirmando ter seguido a vítima para cobrar uma dívida.

09 de junho de 2025 às 15:41

A polícia moçambicana deteve três homens suspeitos de tentar raptar o irmão de um empresário na província de Maputo, sul de Moçambique, anunciou esta segunda-feira o Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic).

"O Sernic teve conhecimento e vinha sempre monitorando esse assunto até à intercetação deles ali naquele local, onde eles seguiam para a casa da vítima para concretizar o rapto", disse Samussone Mahumane, porta-voz do Sernic na província de Maputo.

A polícia aponta os três suspeitos, dois moçambicanos e um paquistanês, como "membros não executores" da suposta tentativa de rapto, cuja vítima seria também um cidadão de nacionalidade paquistanesa.

"Devo reconhecer, primeiro, que no momento da sua detenção não traziam nenhuma arma de fogo. No entanto, não traziam arma de fogo porque não deviam ser eles os executores materiais do alegado rapto, mas sim, esses estavam a monitorar a execução deste crime", disse o porta-voz da polícia de investigação moçambicana.

Em declarações à comunicação social após a detenção, os suspeitos negaram qualquer envolvimento na alegada tentativa de rapto, afirmando ter seguido a vítima para cobrar uma dívida.

A onda de raptos que se regista desde 2011 em Moçambique afeta sobretudo empresários e os seus familiares, principalmente pessoas de ascendência asiática, um grupo que domina o comércio nos centros urbanos das capitais provinciais no país.

O Procurador-Geral da República de Moçambique (PGR), Américo Letela, admitiu, em 29 de abril, dificuldades para identificar e neutralizar os mandantes dos crimes de raptos, denunciando o envolvimento de membros da polícia e de magistrados no crime.

Desde 2011 e até março deste ano, a polícia moçambicana registou um total de 205 raptos e deteve pelo menos 302 suspeitos de envolvimento no crime, avançou o Governo, que admitiu "desafios" para travar estes acontecimentos.

Cerca de 150 empresários foram raptados em Moçambique nos últimos 12 anos e uma centena deixou o país por receio, segundo números divulgados em julho de 2024 pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique, que defendeu ser tempo de o Governo tomar medidas para combater este tipo de crime.

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