O novo governo grego, reduzido a dez ministérios contra os 18 da antiga estrutura, tomou ontem posse, focado em cumprir a bandeira eleitoral do primeiro-ministro Alexis Tsipras de subir o salário mínimo. O líder do Syriza quer repor o valor de 751 euros em vigor antes de 2012, quando o corte de 22% imposto pela troika reduziu para os atuais 586 euros, e promete mais combate à evasão fiscal para financiar esta e outras medidas sociais.
O acordo com os nacionalistas de direita Gregos Independentes permitiu a Tsipras formar um governo focado na política económica e na luta contra a austeridade, em que surge um novo Ministério de Estado e Luta Contra a Corrupção. Num executivo em que pontuam académicos, a vice-presidência económica foi entregue ao deputado e economista Yanis Dragasakis, único com experiência governamental. Com as Finanças fica Yanis Varufakis, economista anti-austeridade que deverá negociar com os credores internacionais. Yorgos Stathakis, responsável pelo programa económico do Syriza, assume o Ministério da Economia, Infraestrutura, Marinha e Turismo. Já o líder dos Gregos Independentes, Panos Kamenos, terá a seu cargo a Defesa.
Tsipras cria assim bases para aprovar as leis que visam readmitir funcionários públicos, repor salários e pensões e aumentar o subsídio de desemprego e o salário mínimo.