O dono de uma loja de armas na Flórida avisou o FBI do comportamento "muito suspeito" de um homem que tentou comprar munições e coletes à prova de bala há cerca de seis semanas. O homem em questão acabou por ser identificado como Omar Mateen, o atirador que matou 49 pessoas numa discoteca gay em Orlando.
Robert Abell, dono da "Lotus Gunworks" em Jensen Beach, garantiu à ABC News que um homem entrou na sua loja há cerca de seis semanas a fazer perguntas demasiado específicas sobre coletes à prova de bala. Quando os empregados lhe disseram que não tinham o colete que ele queria, o homem fez uma chamada em língua estrangeira, desligou e depois pediu munições.
Como o comportamento do homem foi estranho, os empregados acabaram por mandá-lo embora sem comprar nada. Abell achou que o homem era "muito suspeito", pelo que ligou para o escritório do FBI em West Palm Beach para avisar as autoridades. No entanto, Abell não conseguiu fornecer mais do que as imagens de vigilância, de fraca qualidade: como o homem não comprou nada, não conseguiram apurar qual era o seu nome.
Segundo Robert, o FBI ainda lhe ligou uma vez para pedir mais informações, mas nenhum agente foi à sua loja para investigar.
"Ele escapou-se por entre os pingos da chuva", lamentou o dono da loja, que voltou a contactar o FBI quando viu o que aconteceu em Orlando, para os relembrar do incidente.
O FBI não quis comentar o sucedido.
Recorde-se que os Serviços Secretos norte-americanos estão sob escrutínio pois investigaram Mateen em 2013 e 2014 por alegadas ligações a extremistas e determinaram que o atirador não era uma ameaça.
Mateen, de 29 anos, atacou uma discoteca em Orlando este fim de semana, por volta das duas da manhã (hora local). Enquanto lá esteve, fez diversas publicações no Facebook onde garantia ser um aliado do Daesh e dizia aos EUA e à Rússia que tinham de parar de bombardear a Síria.
"Vocês estão a matar mulheres e crianças inocentes com os vossos ataques aéreos. Agora sintam a vingança do Estado Islâmico", escreveu. Matou 49 pessoas antes de ser abatido pela polícia.