Carlos Rodrigues

Diretor

"Seguro afirma-se como candidato para levar a esquerda a Belém"

19 de novembro de 2025 às 00:32
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O primeiro debate televisivo para as presidenciais representou a consolidação de António José Seguro como candidato forte e credível, capaz de unir a esquerda e levá-la de volta a Belém. Na verdade, essa posição de Seguro poderia ter ocorrido há mais tempo, se o PS não tem sucumbido às emoções negativas que a ala costista tem relativamente ao antecessor de António Costa no partido. Mas o novo poder socialista vergou-se a esse estado de espírito e atrasou o mais que conseguiu a assunção de Seguro como candidato presidencial. Por sorte, e com alguma mestria política, António José Seguro conseguiu sublimar essa dificuldade e transformá-la numa força. A força de se afirmar contra a lógica do sistema partidário, como se um antigo líder de um dos partidos-charneira do regime se pudesse afirmar como antipolítico ou antissistema. De alguma forma, foi um serviço relevante que o costismo acabou por prestar a Seguro, e que o pode catapultar para a chefia do Estado. Contra Ventura, ele logrou um discurso que enervou o líder do Chega e lhe reduziu a amplitude do discurso, efeito sintetizado na acusação de que ele está “na eleição errada”. Depois do contributo valiosíssimo de Ferro Rodrigues, António Costa, Santos Silva e de tantos outros dirigentes socialistas para o crescimento do Chega, foi preciso vir um político que estava fora da política há anos para mostrar o antídoto contra Ventura no meio onde ele sempre se sentiu mais à vontade.

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