Carlos Rodrigues

Diretor

"Sem cultura de exigência Portugal não terá qualquer chance no Mundial"

17 de novembro de 2025 às 00:31
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A Seleção deu as mãos e ultrapassou o último obstáculo a caminho do Mundial de 2026. Jogadores e selecionador puseram o essencial à frente do acessório, esqueceram as dúvidas que se entranham cada vez mais no espírito de todos sobre o modelo de jogo e outras minudências. O resultado foi uma goleada histórica, que quase igualou o 9-0 contra o Luxemburgo no apuramento para o último Euro, num jogo que decorreu há mais de 2 anos, no Algarve. Mantém-se, portanto, o pleno de fases finais neste século, e durante toda a carreira de Cristiano Ronaldo também. Estas duas décadas e meia são, de longe, os melhores 25 anos do futebol português. Com o apuramento direto, a Federação ganha tempo para avaliar o que se está a quebrar em redor da equipa mais importante do nosso futebol. A estranha forma como a Seleção encarou o jogo na Irlanda, a excessiva proximidade com os adeptos numa ocasião competitiva tão importante, e a claríssima falha de segurança que deixou Bernardo Silva e Rúben Dias desamparados no relvado logo após o jogo são apenas alguns dos exemplos de uma progressiva deterioração da estrutura que rodeia a equipa. Sem essa cultura de exigência Portugal não terá qualquer chance no Mundial. Cabe agora ao presidente da Federação reunir essa experiência e essas competências. Há muitos profissionais em Portugal já rotinados em Mundiais. É forçoso evitar experimentalismos. 2026 não pode ser encarado como se esse fosse o nosso primeiro grande torneio outra vez. 

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