Perto de 400 mil portugueses arriscam ser empurrados para a abstenção por motivos sanitários.
Estarmos a debater, a apenas 19 dias do ato eleitoral, a melhor forma de levar confinados e infetados até às mesas de voto é sinal de profundo amadorismo das autoridades, mas é também sintoma de enorme desprezo das instituições pela democracia.
Vamos ver: a pandemia leva quase dois anos. Neste tempo já houve duas eleições. A subida vertiginosa do número de casos começou há mais de um mês. Em todo este tempo não houve forma de encontrar alternativas, seja pelo prolongamento das horas de voto, seja pela criação de corredores dedicados, seja pelo reforço do voto antecipado ou em casa, seja de outra forma qualquer?
O paradigma da falta de planeamento no combate à pandemia está a alargar-se a novas áreas do Estado.