De mero pró-forma, a autorização do Parlamento para a viagem de Marcelo ao Qatar transformou-se agora num daqueles psicodramas sem grande sustentação que por vezes marcam a vida nacional, e que logo desaparecem.
Como se a ida do Presidente da República para ver um jogo da Seleção mudasse minimamente tudo o que de sórdido está por trás deste torneio de futebol. Marcelo vai ver o jogo, e faz muito bem, porque não é agora que as denúncias sobre os direitos humanos terão o necessário efeito.
A propósito da sequência de hipocrisias e contradições que rodeiam este tema, sublinho a informação a que ainda ontem Santana Lopes aludiu no ‘Grande Jornal’ da CMTV: sabia o leitor que o Qatar foi o primeiro Estado do Médio Oriente aceite como observador associado da CPLP? Foi há um ano e aparentemente ninguém se incomodou. Como diria Fernando Pessa, e esta, hein?