Mais uma semana de algum sobressalto político para o Governo não poderia acabar sem um novo episódio na rocambolesca história da indemnização paga pela TAP a Alexandra Reis.
É uma daquelas revelações cinematográficas, que acontecem depois do desenlace da trama, mas que ajudam a explicar tudo o que aconteceu. Neste caso, com o aliciante de trazer contornos anedóticos. O caso é que a líder da transportadora aérea alertou no Parlamento, há dois dias, que tinha provas escritas de todo o processo.
Menos de 48 horas depois da ameaça venenosa, feita pela gestora francesa frente aos deputados, eis que, subitamente, o antigo ministro Pedro Nuno Santos confirma a notícia do Correio da Manhã, e descobre nos arquivos uma mensagem escrita em que ele próprio autorizou e validou a quantia a pagar à entretanto promovida, e logo caída em desgraça, secretária de Estado do Tesouro. A existência de um rasto escrito numa decisão desta magnitude só pode ser elogiada.
No fundo, é difícil imaginar um pagamento de meio milhão sem uma autorização expressa, por escrito, de quem de direito. Grave, porém, é nenhum dos governantes envolvidos se ter lembrado de nada até ao momento em que Christine decidiu refrescar a memória a todos. Que outros rastos escritos terá a CEO da TAP? À boa maneira das melhores histórias de suspense, esperam-se as cenas dos próximos capítulos.