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Carlos Rodrigues

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A intenção foi humilhar e apoucar a Justiça portuguesa.

Carlos Rodrigues(carlosrodrigues@cmjornal.pt) 19 de Setembro de 2023 às 00:33
Foi absolutamente lamentável o espetáculo dado ontem por um suspeito de homicídio e o seu advogado, ao entregar-se às autoridades, depois de mais de ano e meio em fuga.

O suspeito chama-se Clóvis Abreu, o crime é o assassinato do agente da PSP Fábio Guerra, crime pelo qual já foram condenados dois homicidas, e o advogado é Aníbal Pinto, que representa o homem que agora se entregou, depois de um autêntico jogo do gato e do rato ao longo dos últimos 17 meses. Claramente a intenção foi humilhar e apoucar a Justiça portuguesa, com toda a encenação montada, encenação essa que incluiu a solidariedade familiar, a descontração de fumar na rua depois de se anunciar na receção do edifício do MP, e um certo ambiente de festa encenado ao pormenor.

Acima de toda esta pantomina, choca o desprezo absoluto pela dor dos pais do jovem agente Fábio, morto ao pontapé enquanto estava caído no chão, numa noite maldita, à porta de uma discoteca em Lisboa. Ontem, no Campus de Justiça, quando se aproximava o desenlace da fuga, o suspeito Clóvis Abreu foi confrontado pela jornalista da CMTV Débora Carvalho sobre o que tem a dizer aos pais de Fábio. “Eles que não me chateiem, como você está agora a chatear-me”, disse o homem que vai ser hoje ouvido por um juiz. Independentemente da obrigatória presunção de inocência, choca toda a desumanidade da cena.
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