A avaliação negativa do Governo não tem provocado oscilação significativa nas preferências partidárias dos portugueses. O PS acompanha a subida das intenções de voto do PSD e continua à frente do maior partido da oposição, ainda que por curta margem, tal como há vários meses consecutivos. Há outro dado relevante no barómetro da Intercampus para o CM, a CMTV e o ‘Negócios’, que hoje começamos a publicar.
Os resultados de setembro parecem indiciar que os planos apresentados pelo PSD para reduzir os impostos podem ter melhorado ligeiramente a avaliação do líder do partido, Luís Montenegro, que ultrapassa a nota do primeiro-ministro. A confirmar. Mesmo que assim seja, não se revela suficiente para levar os sociais-democratas a ultrapassar o PS. As diversas explicações possíveis para este paradoxo passam pela sensação de que o PSD ainda não tem um projeto alternativo, seja porque de facto não o tem, seja porque os eleitores ainda não sentiram a necessidade de avaliar ideias e líderes em detalhe. Sabem que não vão ser chamados a tomar decisões e a votar no curto prazo.
O exemplo da Madeira é significativo: com o aproximar das eleições, as poucas sondagens começaram finalmente a definir a hierarquia entre os partidos. À beira do voto, os eleitores param para pensar. Até lá, será mais relevante a avaliação das políticas que as intenções de voto propriamente ditas.