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Correio da Manhã

Opinião
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Piloto morre em corrida de motos no Estoril

Carlos Rodrigues

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Alguns políticos já se preparavam para pavonear as suas vestes mais cultas.

Carlos Rodrigues(carlosrodrigues@cmjornal.pt) 22 de Setembro de 2023 às 00:32
É muito triste todo o espetáculo montado em redor do projeto de transladar os restos mortais de Eça de Queiroz para o Panteão Nacional. Esta é uma história que mostra como não há fronteiras na nação para criarmos falsos problemas, que depois originam debates estéreis e sem qualquer utilidade nem fundamento. Fui alertado para o tema da contestação à ida dos restos mortais de Eça para Lisboa através do excelente e completo trabalho do jornalista Secundino Cunha, publicado na revista “Domingo”, do CM, no fim de semana. Com base em escritos do próprio Eça, em testemunhos de familiares, e no sentimento profundo de alguns descendentes, há fundadas razões para acreditar que a transladação violaria a vontade do escritor. “Eça é da Nação, Santa Cruz do Douro é o seu Panteão”, diz uma tarja instalada à entrada do cemitério onde se pensava que o escritor tinha encontrado a sua última morada. Alguns dos herdeiros prometeram tudo fazer para evitar a transladação. Uma providência cautelar foi agora aceite pelo tribunal, e a cerimónia de Estado, em que alguns políticos se preparavam para pavonear as suas vestes, está suspensa. Uma lamentável polémica em redor da memória do escritor, com meros fins políticos de ocasião. Eis uma matéria em que uma intervenção do Presidente Marcelo poderia colocar um ponto final na polémica estéril que na verdade nos devia embaraçar a todos.

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