Os primeiros dados do barómetro que hoje começamos a publicar reforçam o que aqui tem sido dito sobre as duas grandes corridas eleitorais que estão a ocorrer em Portugal. Estão ambas em aberto, e é prematuro dizer quem vai ganhar, tanto no caso das eleições para a liderança do PS, como no caso das legislativas do ano que vem. Porém, os indicadores têm de ser avaliados a cada instante. O dado relevante, hoje, é que ambos os candidatos a líder do PS aparecem mais bem cotados que o presidente do PSD para o cargo de primeiro-ministro. É indubitável que se trata de um mau sinal para o PSD. Porém, também este resultado deve ser lido com cautela. Continuamos num momento particularmente confuso e em que a emoção se sobrepõe à razão. Depois do primeiro embate causado pelo choque da queda do governo ter provocado uma degradação geral da avaliação do governo e das intenções de voto no PS, os ziguezagues do processo judicial poderão ter, agora, provocado uma reação epidérmica contrária. O mais certo é os eleitores ainda não saberem o que pensar em definitivo sobre o que se passou, nem que avaliação ética, moral e política devem fazer, quer dos protagonistas, quer das instituições. Falta informação sobre o que cada partido quer para o futuro do país. Sobram as polémicas e tardam as ideias. Sem estas, os indecisos continuarão a reinar nas sondagens.
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