Carlos Rodrigues
DiretorÉ certo que a atitude denota um certo provincianismo das nossas elites, mas é inegável que o ranking da revista britânica ‘The Economist’ dá-se à citação política. Assim fez o Governo, e com bastante desenvoltura. Ora, é justa a distinção de “economia do ano” outorgada a Portugal? Sim, e não. Sim, se tivermos a noção de que o ‘Economist’ é a frente do pelotão de uma leitura ideológica muito liberal das economias, que faz do livre mercado, da concorrência aberta, da flexibilização laboral e da circulação de capitais os valores supremos. De acordo com este olhar anglo-saxónico, é evidente que a economia portuguesa vai bem: inflação controlada, desemprego estável, estatísticas saudáveis, novo código do trabalho em análise. A este olhar contrapõe-se a vida de quem cá vive, que não se alimenta de ideologia e sofre com as estatísticas que todas as diferenças amaciam. Basta olhar para o caos na saúde, o inferno do preço da habitação, a paralisia da justiça ou para as pensões de reforma que condenam parte significativa dos nossos cidadãos à pobreza, e rapidamente percebemos que estamos bem longe de ser a economia do ano, por mais boa vontade que estejamos dispostos a aplicar na avaliação. Melhores do ano? Mais do que uma distinção, trata-se de um adjetivo sobre a governação portuguesa. Ao olhar do capitalismo mais liberal, cujo porta-voz jornalístico se manifestou, o Executivo está a ter bons resultados. Nada mais.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
Por Carlos Rodrigues
Por Carlos Rodrigues
Por Carlos Rodrigues
Por Carlos Rodrigues.
Por Carlos Rodrigues.
Por Carlos Rodrigues