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Alfredo Leite

A arquiteta do caos

Quis o destino decorrente de uma enorme dose de inabilidade política que Liz Truss.

Alfredo Leite(alfredoleite@cmjornal.pt) 21 de Outubro de 2022 às 00:30
Quis o destino decorrente de uma enorme dose de inabilidade política que Liz Truss - em jovem uma fervorosa antimonárquica – tivesse apresentado ao neófito rei Carlos III a demissão do cargo de primeira-ministra.

O mandato de Truss não ficará marcado apenas como sendo o mais curto do Reino Unido, com uns breves 45 dias de ocupação do número 10 de Downing Street e de figurar na derradeira foto pública de Isabel II. Truss registou também níveis de popularidade nunca vistos em séculos de democracia britânica, chegando ao fim da linha com uma taxa de rejeição do eleitorado – incluindo o conservador – a rondar os 70%, segundo uma sondagem da YouGov.

Se permanecesse mais tempo no gabinete, Truss arriscaria a humilhação de atingir uma popularidade similar à de Vladimir Putin no mesmo índice. Acontece que Liz Truss não destruiu apenas a sua credibilidade pessoal. Atirou o Reino Unido para um tempo de complexa instabilidade político-económica sem fim à vista.

Sobretudo porque a almofada eleitoral dos conservadores abre a porta a nova nomeação sem necessidade de eleições, incluindo o regresso do Boris Johnson. Sem nova ida às urnas, dificilmente o Reino Unido sairá desta “porta giratória do caos” como classificou esta crise o líder trabalhista Keir Starmer, que insiste em eleições antecipadas.


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