Ricardo Tavares

Charters apinhados de criminosos

13 de fevereiro de 2016 às 00:30
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Discute-se se Brahimi estava fora de jogo por causa de um sinal na ponta do nariz, discute-se se o Sporting não tinha uma estrutura capaz de tirar fotos ao preparador físico do Benfica – hoje com Jorge Jesus no Sporting – a levar a mala, discute-se os recados das mulheres do capitão e do presidente do FC Porto, não se discute se Renato Sanches viu entrar um cisco no olho do árbitro no Restelo e vê-se Jérôme Champagne, candidato à presidência da FIFA, dizer que "Figo foi armado pela UEFA para atacar Blatter". Mas não se ouve os clubes interrogarem-se sobre a falta de árbitros com classe, nem com o dinheiro a injetar na II Liga.

A entrada de capital dito chinês não salva os clubes, e os sinais, cada vez mais evidentes e preocupantes, são ignorados. Portugal, ainda por cima, está referenciado como país de risco no fenómeno das apostas, a mais séria ameaça ao futebol. Os agentes desportivos não parecem minimamente preocupados com o flagelo, com o dinheiro sem controlo, com o crime que toma conta do jogo, que manipula os resultados. Os homens do futebol não perguntam se, pelo meio, há mortes, se as máfias estão envolvidas.

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Os homens do futebol chutam para o lado, mas o Estado, que são esses e os outros homens, não pode fazer que não vê – tem de escrutinar a entrada de investidores na indústria. Se não o fizer, estará a escancarar a porta ao crime, estará a fomentar a vinda de charters apinhados de criminosos.

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