O voto unânime no parlamento turco completou a ratificação do pedido da Finlândia para se juntar à NATO. É um processo a duas voltas, em que todos os membros aceitam que se iniciem as discussões técnicas, e um segundo momento em que os seus órgãos de soberania decidem se ratificam, ou não, os Protocolos resultantes daquelas.
A Finlândia será o 31.º membro da NATO após o pedido surpreendente de um país tradicionalmente neutro. A adesão da Noruega não está decidida devido a questões também levantadas pela Hungria e Turquia. Este processo vem demonstrar três coisas. Não é a Aliança que decide alargar-se, mas são os Estados que pedem para ser parte dela, porque sentem que sozinhos não conseguem garantir a sua sobrevivência. Ninguém é dono da NATO.
Não há Estado exterior, nem interior que mande nos outros. Nem a Rússia nos vai dizer quem pode ou não ser membro da NATO, nem os EUA, ou outro membro qualquer determina os votos nacionais. Finalmente, se houve alguém responsável por este reforço tão significativo da Aliança foi a Rússia. Quando Putin perguntou porquê, o Presidente da Finlândia respondeu-lhe numa frase que já fez história: "Olhe-se ao espelho".