Quando rebentou o escândalo BPN, no outono de 2008, foi criada uma falsa narrativa: o BPN era um caso de Justiça e nada tinha a ver com as práticas do sistema financeiro.
Os outros bancos eram bem geridos e cumpriam todas as regras prudenciais. É verdade que a derrocada do banco de Oliveira e Costa foi motivada por má gestão e casos escandalosos, dos quais a maioria nunca irá à barra do tribunal, mas vê-se agora nas contas que os outros bancos também tinham muitos créditos dignos dos casos de polícia do BPN. Nem sequer eram mais sofisticados, só estavam mais bem disfarçados.
Basta fazer a autópsia dos créditos a acionistas do BCP na guerra da sucessão a Jardim Gonçalves, no qual a Caixa e o BES emprestaram centenas de milhões, que agora não passam de imparidades, ou analisar os milhões aplicados em projetos imobiliários que enriqueceram os promotores, que colocaram o dinheiro em offshores. As empresas podem estar falidas ou asfixiadas em dívidas, mas os proprietários estão milionários.