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Carlos Anjos

O negócio do fogo

Como em todos os crimes económicos, há que seguir o dinheiro.

Carlos Anjos 18 de Agosto de 2017 às 00:30
No combate aos incêndios tudo falhou. Basta comparar a área ardida em Espanha e em Portugal. Em Portugal, até ontem, arderam 178 061 hectares (ha) de terreno. Em igual período, em Espanha arderam 45 821 ha. As alterações climatéricas não podem ser a causa da tragédia.

Neste momento, é claro para todos, que tudo falhou. Falhou a prevenção, falhou a Proteção Civil e falhou o combate, apesar do esforço dos bombeiros. Falharam, acima de tudo, as políticas públicas de combate aos fogos, incluindo os governos e autarquias, que nada fizeram na preservação da floresta. Parece óbvio que a maioria dos incêndios tem origem criminosa. Assim, urge perceber o negócio do fogo. Quem lucra com os incêndios? Estamos a falar de muito dinheiro.

Uma aeronave a combater os incêndios custa pelo menos 35 mil euros por hora. Nos últimos dois meses, tendo em conta os meios aéreos envolvidos, dá para perceber os milhões envolvidos. Temos de saber quem lucra com a venda de fardas, mangueiras e demais equipamento e temos de saber quem lucra com a compra da madeira ardida. Se conseguirmos perceber isso, talvez consigamos perceber a quem interessa pôr o país a arder. Há que seguir o rasto do dinheiro.
Espanha Proteção Civil Portugal acidentes e desastres incêndios
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