A eleição do novo Presidente do Parlamento Europeu entregou ao Partido Popular Europeu (PPE) o monopólio da direção das instituições da UE. Protegido de Berlusconi e Comissário de Barroso ligado ao escândalo VW-Dieselgate, António Tajani defendeu a política desreguladora neoliberal que criou o fosso de desigualdades e desemprego e mergulhou a UE na atual crise.
A sua eleição por uma coligação de centro/direita deixa sabor amargo também pelo processo, marcado por luta desenfreada entre egos e "mercearias", indiferentes à sorte do projeto europeu. Perde-se élan para reforçar o Parlamento perante Conselho e Comissão face aos existenciais desafios que a UE enfrenta e para prosseguir a aproximação aos cidadãos, em que se empenhou o Presidente cessante, Martin Schulz.
O vencedor emergiu de um acordo entre o PPE e o Partido dos Liberais (ALDE), por interesse pessoal do seu presidente, o ex-PM belga Guy Verhofstadt, cuja flexibilidade manobrista permite acordos com eurocéticos, conservadores e quem mais lhe pegar...
Mas o Grupo dos Socialistas e Democratas (S&D) também não conseguiu federar a esquerda (Verdes e parte do GUE) que pedia, tão-só, anuência para levar o Acordo comercial UE-Canadá (CETA) ao Tribunal Europeu de Justiça (eu e muitos no Grupo votaremos nesse sentido, contra comissões arbitrais privadas em vez de tribunais estaduais em caso de litígio).
Mas foi, apesar de tudo, clarificador ter-se posto fim à "grosse Koalition", nos últimos anos transposta da Alemanha para o PE. As águas vão separar-se, os socialistas deixaram de estar amarrados e a esquerda até já começou a ganhar votações importantes no PE: como aconteceu ontem com a aprovação do relatório de Maria João Rodrigues sobre direitos sociais, que abre caminho a um salário mínimo e condições de trabalho decentes na base de padrões comuns para todos os europeus.
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