Já não restam dúvidas: os serviços de informações portugueses foram profundamente afetados no seu funcionamento e na sua credibilidade pela ação clandestina do seu funcionário Frederico Carvalhão Gil a soldo dos russos do antigo KGB.
Carvalhão Gil, agora acusado pelo Ministério Público dos crimes de espionagem, violação do segredo de estado e corrupção, vendeu documentos com os nomes dos colegas, com a estrutura operacional e hierárquica dos serviços e documentos da NATO. Entre o que a PJ conseguiu apanhar e o que se pode presumir que vendeu pelos pagamentos inexplicáveis que foi recebendo desde 2011 para cá, cabe toda a credibilidade da secreta portuguesa perante os outros serviços de informações do resto do Mundo, perante a NATO e perante todas as outras instituições do Estado.
O SIS foi obrigado a fazer uma profunda restruturação, a mudar muitas pessoas, a mudar matrículas de carros e números de telemóveis. Desde então que anda a explicar-se por todo o lado sobre o sucedido. Um desastre que tem em Carvalhão Gil o rosto da culpa, mas que deveria ter tido também consequências no plano hierárquico da secreta portuguesa, agora uma instituição sem segredo. Quem lá estava, de 2011 (até para trás) até agora, saiu sem mácula, para a reforma. Bem à portuguesa!
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