Em declarações recentes, o líder do Partido Trabalhista britânico, Corbyn, pareceu inclinar-se para a versão flexível (soft) do Brexit defendida pela primeira-ministra May. Este passo é curioso, pois surge num momento em que as negociações da saída do Reino Unido (RU) da União Europeia (UE) estagnaram.
Recuando um pouco, afigura-se que o que terá levado o inglês comum a querer sair da UE foi o risco de uma "invasão" de refugiados, com efeitos no nível de emprego, e a possibilidade de interferência dos tribunais europeus no sistema judicial britânico. Agora, os britânicos dizem que querem conservar o acordo aduaneiro e continuar a ter acesso ao mercado único europeu, pelo menos durante um período de tempo mais longo.
Para conceder tanto, Bruxelas insiste não só em manter a liberdade de circulação em toda a Europa, mas também em ser indemnizada financeiramente de uma série de encargos a que Londres se tenta esquivar. Em resposta, parece que as autoridades do RU aceitariam não pôr em causa a presença dos 3,3 milhões de europeus que residem no seu território. A conta final deste complexo "divórcio" poderá vir a depender das eleições alemãs de Setembro próximo.