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Fernando Medina

A mensagem e o mensageiro

Não só o défice ficou nos 2,1% como a atividade económica no segundo semestre de 2016 cresceu bem acima de igual período de 2015.

Fernando Medina 22 de Fevereiro de 2017 às 00:30
Aos olhos dos portugueses Mário Centeno é um dos principais rostos da recuperação de rendimentos e da melhoria das expectativas no futuro das famílias e do país. Liderou a mudança de política económica, e contra todas as expectativas tornou-a compatível com o défice mais baixo dos últimos 40 anos e a criação líquida de 100 mil novos postos de trabalho.

Centeno é o rosto mais visível de um Governo que cumpre a promessa fundamental: conciliar a devolução de rendimentos com o respeito pelos compromissos europeus. Por que razão, então, passámos a semana a ouvir que Centeno é um ministro fragilizado? A resposta é simples. Porque a oposição precisa. Não conseguindo matar a mensagem a oposição tenta matar o mensageiro.

Por muito interesse jornalístico que tenha, o que quer que tenha acontecido entre Mário Centeno e António Domingues não tem relevância face aos desafios que se colocam à Caixa Geral de Depósitos. Depois de conquistas difíceis, como a anuência de Bruxelas a um plano de recapitalização da Caixa que não conta para o défice, falta ainda o essencial: recapitalizar o banco e dar-lhe as condições (até de estabilidade política) para poder apoiar as empresas e aumentar a capacidade de investimento da nossa economia.

Todo este ruído tem um propósito: afastar a atenção pública da fase ascendente da economia e das contas públicas. Não só o défice ficou nos 2,1% como a atividade económica no segundo semestre de 2016 cresceu bem acima de igual período de 2015. Sem discurso, gorado que foi o anunciado descalabro das contas públicas e o arrefecimento da economia, resta a PSD e CDS uma política de casos.

Não estamos certamente num oásis. Continuamos com elevados níveis de endividamento, o défice de qualificações persiste e somos uma economia exposta às dinâmicas sombrias que nos chegam da Europa e do resto do Mundo. Contudo, o caminho já não se faz às custas dos salários e das pensões, mas com o contributo das famílias e das empresas, através do consumo, das exportações e do investimento. É isso que custa à oposição: a demonstração de que afinal havia outro caminho e o reconhecimento disso mesmo pelo país. E por isso precisam de atacar o mensageiro: o ministro das Finanças, Mário Centeno.

30 dias que mudaram o mundo
Trump presidente está a ser coerente com Trump candidato. Um presidente que rompe com a ordem interna e externa estabelecida desde a II Guerra Mundial. É um presidente de rutura e que não hesita em cavar e aprofundar as fissuras existentes na sociedade norte-americana para retirar proveitos políticos e económicos.

É certo que a deriva autoritária de Trump tem sido contrariada pela independência do poder judicial e dos media e pela vitalidade da sociedade civil. Mas não haja ilusões: com as suas manobras de diversão e os seus ‘factos alternativos’, Trump mantém a sua base social de apoio intacta.

De resto, não devemos esperar grande contestação do partido republicano nos tempos próximos, dada a ânsia de aprovarem no Congresso as reversões dos avanços da administração Obama em matéria de regulação dos mercados e de acesso à saúde e o receio do fenómeno Trump nas próximas eleições para a Câmara.

Talvez esteja precisamente aí o foco da contestação política a Trump: a denúncia dos efeitos destas reversões nos sonhos de mobilidade social da classe média que se deixou levar pelo populismo.

Feira Popular cada vez mais perto
Passo a passo, a nova casa da Feira Popular fica mais perto. Com a apresentação do projeto aos potenciais investidores abre-se caminho para a abertura do concurso para a construção da zona de diversões.

Entretanto, a Câmara já está a proceder às obras dos acessos viários e a preparar a construção do parque verde onde ficará a Feira. A Feira Popular vai voltar!

ELEVADOR DA GLÓRIA
Zeca, 30 anos depois
Faz amanhã 30 anos que nos deixou José Afonso. Pertenço a uma geração que cresceu ao som das suas músicas. Foi a voz do 25 de Abril. Um exemplo de humildade e engenho criativo que perdura. Uma fonte de inspiração para a nova geração de músicos e para os combates da cidadania.

Diogo Costa Amarante
Depois de Leonor Teles no ano passado, em 2017 foi a vez de Diogo Costa Amarante ganhar o Urso de Ouro do Festival de Cinema de Berlim, com uma curta-metragem, "Cidade Pequena", feita literalmente com a prata da casa. Mais uma prova de que há talento no Cinema Português.

A melhor decisão
Esteve bem o Governo, pondo fim a anos e anos de indecisão, ao avançar com a pista complementar ao aeroporto Humberto Delgado. A escolha do Montijo é a mais rápida, mais barata e a que melhor responde ao estrangulamento da capacidade aeroportuária de Lisboa. Boas notícias.
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