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Fernando Medina

Para onde vai a Europa?

Há quem tenha feito toda uma carreira política manipulando e agitando preconceitos sobre povos e regiões num espaço como a Europa, que se quer comum.

Fernando Medina 29 de Março de 2017 às 00:30
Já muito foi dito sobre as declarações do presidente do Eurogrupo sobre a forma como os países do sul da Europa gastam o seu dinheiro. Mas a verdade crua é que o ainda ministro holandês limitou-se a dizer em voz alta o que pensam responsáveis de vários governos do centro e norte da Europa e das instituições europeias.

Há quem tenha feito toda uma carreira política manipulando e agitando preconceitos sobre povos e regiões num espaço como a Europa, que se quer comum. A resposta à crise financeira é disto exemplo flagrante, pois a base de sustentação das políticas está ainda hoje nos julgamentos morais do norte sobre o sul.

Muito se tem falado sobre a xenofobia e o radicalismo de franjas políticas em crescimento, mas o populismo de "rosto soft" de alguns dos principais políticos europeus tem causado danos bem mais profundos à unidade da Europa. Wolfgang Schäuble, o poderoso ministro alemão das Finanças, é também dos políticos mais populares do seu país precisamente porque tem construído a sua reputação numa intolerável (e totalmente injustificada) superioridade moral sobre os países do sul.

No momento em que se comemoram os 60 anos do Tratado de Roma, é certamente importante relembrar o extraordinário êxito que é o projeto da construção europeia. Se algo sintetiza bem este êxito é o facto de vivermos um dos mais prolongados períodos de paz geral na história do continente, e uma época geralmente marcada pela expansão da democracia, do progresso económico e social. Mas não podemos aceitar que a Europa se reduza a um projeto com "um grande futuro atrás de si", pois as consequências da alternativa do nacionalismo são tragicamente conhecidas.

Reconstruir o projeto europeu à volta de uma ambição comum e de interesses e valores partilhados só será possível quando forem afastadas do centro político da Europa as atitudes de preconceito, intolerância e até de xenofobia. Esperemos que as possíveis vitórias de Emmanuel Macron e de Martin Schulz nas eleições deste ano, na França e na Alemanha, possam ser o passo que a Europa precisa para responder em simultâneo às várias crises com que hoje está confrontada e projetar um novo ciclo de prosperidade.

Lisboa de cara lavada 
A reabilitação urbana tem sido uma das dinâmicas que mais têm marcado a transformação de Lisboa. Para se ter uma ideia, bem visível de resto a quem se desloque pela cidade, 95 em cada 100 processos de obras analisados pela Câmara Municipal são para reabilitação ou transformação profunda das casas. Todos nos lembramos das imagens da degradação profunda em que se encontravam zonas inteiras da cidade, a começar pela baixa histórica.

Ainda há muito a fazer a este respeito, mas o investimento na reabilitação é uma das melhores notícias que temos tido na capital do país. O próximo ciclo tem de ser marcado por uma fortíssima aposta na qualificação do transporte público e pela aposta em programas públicos de habitação que respondam às necessidades de vastos setores da classe média. É nesse sentido que, já nas próximas semanas, a Câmara vai lançar os primeiros concursos para a Renda Acessível, um programa que visa corrigir uma falha de mercado evidente e garantir mais de 5000 casas, no centro da cidade, a preços acessíveis à classe média.

A coragem de Tobias Ellwood 
Ficará na nossa memória a coragem do deputado britânico Tobias Ellwood, que procurou reanimar o agente da Polícia esfaqueado na passada semana no atentado de Londres, Inglaterra. O político reagiu de imediato e fez manobras de reanimação, como respiração boca a boca, ao mesmo tempo que tentava estancar o ferimento. A coragem e a humanidade aos olhos de todos.

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Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães

Chegou às livrarias um novo livro da série ‘Uma Aventura’. Desta vez a história decorre em Conímbriga. É uma série que marcou as primeiras leituras da minha geração e que chega agora à geração dos meus filhos. Verdadeiro serviço público de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada!

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Mais de 27 mil pessoas já visitaram, no espaço de um mês, a exposição ‘A Cidade Global, Lisboa no Renascimento’. Uma boa oportunidade para ir ao Museu de Arte Antiga e contemplar a forma como foi recriada a Lisboa do século XVI, uma das cidades mais cosmopolitas do seu tempo.
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