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Piloto morre em corrida de motos no Estoril

Francisco José Viegas

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A natureza é feroz. Bela, tremenda, vingativa, cruel, acolhedora, perigosa. As "pessoas da cidade" precisam de conhecê-la devagar.

Francisco José Viegas 3 de Março de 2016 às 01:45
Um grupo de turistas perdeu-se na Serra da Estrela e acabou por ser resgatado por uma equipa da GNR que, de noite, teve de percorrer vários quilómetros a pé pelo meio da neve no cumprimento da sua missão.

Antes de subir à serra, o grupo tinha sido avisado dos perigos que corria, mas o "apelo da natureza" foi maior. Cenas semelhantes tinham ocorrido no Gerês semanas antes, com gente (avisada dos mesmos perigos) a perder-se nos trilhos da floresta, entre ravinas ou caminhos solitários – e bombeiros e soldados da GNR destacados para os salvar.

Trata-se, geralmente, de pessoas da cidade, habituadas a contemplar jardins e a apreciar legumes no prato, mas a quem não se pode criticar o desejo de "comunhão com a natureza".

Aprendi a ser guia do Gerês com um nobre sargento da Guarda Fiscal, o Sr. Pires, que me ensinou o mapa real do Gerês e os truques das grandes caminhadas pelo Soajo e pela Peneda. A natureza é feroz. Bela, tremenda, vingativa, cruel, acolhedora, perigosa. As "pessoas da cidade" precisam de conhecê-la devagar. E de pagar a despesa quando é preciso salvá-las de si mesmas.
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