A história de Cristiano Ronaldo não é apenas a de Cristiano Ronaldo - mas a de um país. Se alguma vez existir um biógrafo corajoso capaz de escrever a história do fenómeno (como Ruy Castro o fez com ‘Estrela Solitária. Um brasileiro chamado Garrincha’, um livro maravilhoso) há de defrontar-se com um problema grave, além dos esperados processos em tribunal: o de transformar um semideus numa espécie de ser humano, capaz de erros como um de nós, arrependido em segredo, virtuoso às escondidas, narcisista, esforçado e temerário, teimoso e maquiavélico, generoso e egocêntrico, avesso à verdade e à mentira (consoante as ocasiões), misantropo e camarada, infantil e ponderado.
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