Mais de metade das empresas que exportam para Angola é ali que concentram a totalidade da sua produção. Com este retrato pode adivinhar-se o efeito dramático que a crise angolana pode ter (ou já está a ter) em Portugal.
Todos sabem que não se deve colocar todos os ovos no mesmo cesto. Mas, frequentemente, a necessidade adia a diversificação e ela acaba por não chegar.
Angola vai viver tempos muito difíceis. José Eduardo dos Santos foi sábio a manter o poder enquanto houve dinheiro para distribuir. O consumismo acabou por ser a regra geral dos angolanos com dinheiro, que pouco se preocuparam em desenvolver o seu país.
A factura chega agora, com a queda do preço do petróleo. A economia não se diversificou e o país não poupou para os tempos difíceis. Para piorar ainda mais as coisas, a filha do presidente de Angola, Isabel dos Santos, surge na lista de 15 pessoas e entidades identificadas como "grande corrupção" da autoria da Transparência Internacional (também lá está o BES).