Hoje é o dia em que vamos conhecer todos os pormenores do Orçamento. Entrará no Parlamento e terá o parecer da Comissão Europeia. Como se foi antecipando, "virar a página da austeridade" é bastante mais difícil do que o prometido.
Aquilo a que vamos assistindo é a uma redistribuição e disfarce da austeridade, alguma contabilidade e muita negociação em modelo feira portuguesa de outros tempos. Já se percebeu que a Comissão está bastante irritada e o FMI é suave nas palavras e brutal nos números das previsões económicas, dizendo que não acredita na estratégia de António Costa.
António Costa estará nesta sexta-feira com Angela Merkel e pode já ter percebido que a estratégia de confronto que escolheu não é a mais adequada. Quando conseguirmos fazer as contas podemos acabar por concluir que Pedro Passos Coelho conseguiu aliviar mais a austeridade em 2015 do que vai conseguir este.
Há medidas que vão no bom sentido, como a que desincentiva o crédito ou torna mais caro algum planeamento fiscal. Mas aliviar a austeridade de um lado para subir taxas e tributos que são menos sentidos como o ISP é redistribuir e disfarçar a austeridade.