A guerra pela compra da ES Saúde está transformada numa batalha entre EUA e China.
Os americanos da UnitedHealth, que tem o Hospital dos Lusíadas, resolveram trair os princípios de mercado, símbolo dos EUA, e fizeram uma proposta direta para comprar a ES Saúde quando os chineses, que estavam a tentar comprar no mercado, já não podiam, por lei, aumentar o preço. Foram espertos, os americanos.
Mas o regulador do mercado teve a coragem de prolongar o prazo da oferta dos chineses da Fidelidade, dando-lhes a hipótese, e bem, de responderem ao jogo dos americanos. O irónico nesta batalha pela compra da ES Saúde, que tem no Hospital da Luz em Lisboa um dos seus símbolos, é ver a China, tão pouco capitalista, a respeitar o mercado de capitais, enquanto os norte-americanos, tão pró-regras de mercado, escolhem o "não-mercado". Um caso que nos alerta para a possibilidade de a defesa do mercado ser uma tática para alguns poderem ganhar dinheiro não respeitando o mercado. Desta vez parece ter ganho o mercado com a CMVM a tomar as medidas certas.