As críticas da esquerda a Carlos Costa são violentas mas inconsequentes: os camaradas sabem que o governador depende do BCE, não dos humores da nossa matula.
Claro que o governo podia iniciar uma guerra com o pessoal de Frankfurt para destituir o senhor por indecente e má figura. Mas não convém agitar as águas, sobretudo quando a fantasia económica do PS também depende do BCE.
Perante este impasse, era quase inevitável que houvesse um plano B. O cerco a este castelo começou com a recusa e a imposição de nomes para o banco central pelo governo. Esta semana, Mário Centeno foi ao Parlamento para anunciar novas regras de supervisão financeira. Haverá um supervisor para os supervisores (que faz temer o pior) e o Banco de Portugal será reduzido a um adereço sem grande autoridade. Na impossibilidade de matar o governador, a esquerda quer transformá-lo num espantalho. E enterrá-lo vivo.