Perguntei há dois dias por que motivo Paulo Núncio suspendeu a divulgação das transferências para ‘offshores’. Continuo sem saber. Entretanto, Núncio já assumiu ‘responsabilidade política’ pelo ‘erro’ – um fraco consolo para uma história que ainda vai no adro.
Um pormenor, porém, intrigou-me: confrontado com a ocultação dos dados, o antigo director do Fisco, Azevedo Pereira, admitiu ‘erros de percepção’ no diálogo com o secretário de Estado. O Fisco pediu – duas vezes – que as listas fossem publicadas. Núncio não ‘percebeu’. É impressão minha ou os nossos governantes dão sinais frequentes de atraso cognitivo?
Perante a hipótese de atraso, talvez não fosse inútil instituir como condição de acesso ao governo o antigo exame da 4ª classe, seguido de exame neurológico. A ‘transparência’ não se faz apenas com boas leis; um professor primário e um médico competente deviam ter uma palavra.