Os irredutíveis gauleses correram o império romano (e até terras nunca dantes navegadas) em dezenas de álbuns de banda desenhada sem nunca conseguirem chegar à Lusitânia.
O mais perto que chegaram foi em ‘Astérix na Hispânia’, que dedicou dois quadradinhos a um lusitano, baixinho e educado - supostamente por todos os portugueses que o desenhador Albert Uderzo conhecia serem baixinhos e educados -, o qual se oferecia para declamar, pois não tinha jeito para cantar.
Continua a haver baixinhos e educados nos olhares que os franceses lançam sobre os portugueses, mas as reações inflamadas neste retângulo às críticas que se fazem no hexágono à legitimidade da chegada à final do Europeu de Cristiano Ronaldo, alto e nada dado a cortesias, mostram que alguma coisa mudou.
Chauvinismo com chauvinismo se paga, pensam os portugueses que encaram aquilo que irá acontecer hoje à noite como muito mais do que um jogo. E que contam festejar hoje mesmo que os gauleses tenham poções mágicas.