A Rita Pereira da televisão a preto e branco resiste ao envelhecimento. E explica que nunca fez uma personagem que tivesse a sua idade.
A milésima edição da ‘Caras’ serviu de álibi para a revista entrevistar a sempiterna Manuela Marle, uma espécie de Rita Pereira dos tempos do preto e branco. Quase a celebrar o seu 60.° aniversário, a ex-atriz admitiu que "está mais velhinha". Mas não demasiado, como se pode verificar pelo seu permanente bronzeado, conhecido pelos portugueses muito antes da chegada do Multibanco, dos telemóveis, da internet e das televisões com mais do que dois canais.
"Se estou com um ar jovem, isso deve-se à minha postura de vida. De há três anos para cá aboli imensa coisa da minha alimentação e incluí coisas que nunca tinha experimentado", explicou a entrevistada, tendo a seu lado o filho que, por enquanto, ainda aparenta ser mais novo do que ela.
Tudo isto era expectável desde a estreia de ‘Vila Faia’, a primeira telenovela portuguesa, em 1982: "Habituei-me, desde miúda, a aparentar menos idade. Na época das novelas, aos 26 anos fazia de 15. Nunca fiz uma personagem que correspondesse à minha idade." É óbvio que existe uma explicação muito simples para que isto continue a acontecer, mas Manuela Marle pode ficar descansada, pois é duvidoso que alguém tenha tempo para examinar os registos de nascimentos na Transilvânia durante o século XVIII.