Quando se retira um volume da estante com uma mancha de chávena de café na contracapa e do seu interior saem grãos de areia existe a elevadíssima possibilidade de que esse tenha sido o livro de um verão passado.
Embora a Constituição não proíba levar Proust, Faulkner ou Dostoievsky na mochila, lado a lado com o creme protector e a garrafa de água, o livro de verão tende a ser uma leitura mais leve (mesmo que por vezes tenha um número de páginas suficiente para o transformar numa arma de defesa pessoal improvisada), a combinar com a estação em que, supostamente, a vida é mais fácil.
O livro de verão do ano passado foi o policial ‘A Rapariga do Comboio’, sucedendo a êxitos como ‘As 50 Sombras de Grey’. Agora pode ser a vez de ‘Prometo Perder’, de Pedro Chagas Freitas, ou ‘O Pavilhão Púrpura’, de José Rodrigues dos Santos.
Faça-se a contagem nas praias e esplanadas. E como não faz muito sentido falar em melhor, que ganhe o mais vendido.