Os deuses, neste Europeu, têm sido portugueses. Há dúvidas? A sorte que tem faltado noutros momentos – no último Europeu fomos eliminados por penáltis pela Espanha nas meias-finais – sobrou ontem. Esperemos que não se acabe, porque o nosso êxito, até ao momento, tem sido muito mais por efeito da sorte do que por efeito da competência.
Ainda ontem, neste mesmo espaço, tinha pedido a Fernando Santos para jogar sem medos. O treinador fez exatamente o contrário e, mais uma vez, mostrou a sua natureza. E a um treinador medroso correspondeu – não por vontade própria – uma equipa medrosa.
Defendemos o jogo todo. Não arriscámos um milímetro. Não criámos uma oportunidade de golo, à exceção daquela que nos deu a vitória. Em 117 minutos não fizemos um remate à baliza. E mesmo no final, quando a entrada de Danilo – outra vez!!! – já tinha anunciado a nossa rendição aos penáltis, eis que surge a nossa salvação, com um golo que nada fizemos por merecer.
Mas o futebol é isto: eficácia. Por isso, seguimos em frente rumo à Polónia. Em condições normais, seríamos favoritos. A jogar assim, com tanto medo, não somos e tudo poderá acontecer.