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Mafalda de Avelar

Rainha e revolucionário têm 90

Rainha Isabel II e Fidel Castro fazem nove décadas. Obama chega à Arábia Saudita e Dilma tenta tudo por tudo para se manter na onda, agora quase surfada, com temor nacional, por temer.

Mafalda de Avelar 24 de Abril de 2016 às 15:00

1. Fidel Castro,o velho leão

É um líder. Histórico. Fidel Castro, o imortal, apareceu esta semana no encerramento do VII Congresso do Partido Comunista de Cuba ( PCC). Com quase 90 anos (comemora no dia 13 de agosto), este leão (de signo), fera política da arena internacional, é um dos últimos resistentes à chamada globalização. Vestido com um casaco de fato de treino, como aliás se tornou habitual, Fidel Castro usou a marca global que gosta, Adidas.    

2. Cuba em câmbio

Falou escassos 10 minutos que valeram pelas (outrora) horas. Deixou claro que, com quase 90 anos, este deverá ter sido o seu último discurso no congresso. Depois do abraço histórico entre o Papa Francisco e Patriarca Ortodoxo de Moscovo, em Cuba em fevereiro deste ano, seguiu-se a visita de Obama à ilha. O país está a mudar, a abertura a investimento estrangeiro também.

3. Isabel II, a rainha-mor

Está há mais de 64 anos no trono – é o reinado mais longo. Fez esta semana 90 anos. Aos 25 foi coroada rainha. Já trabalhou com 12 primeiros-ministros. De Winston Churchill a David Cameron. Sempre atenta aos temas do seu país, desmentiu recentemente uma publicação que dava conta de que a monarca seria a favor do Brexit ou seja, da saída da Grã-Bretanha da União Europeia.

4. Dilma e o impeachment

O Brasil começou a semana por ser notícia no Mundo inteiro – desde o ‘Financial Times’, onde fez capa, até às redes sociais. E não é para menos. A presidente da (ainda) sétima economia do Mundo, Dilma Rousseff perdeu o segundo (e mais importante) de quatro combates nesta guerra da destituição. A câmara de deputados autorizou a abertura de processo de impeachment. Depois desta votação, o senado, constituído por 81 senadores, irá dar, ou não, continuidade ao processo.  

5. E agora?

No senado será necessária uma maioria simples – isto é o voto favorável ao impeachment de 42 senadores – para que exista uma instauração do julgamento. Se isso acontecer, Dilma será afastada. No caso de a presidente ser afastada, terá até 180 dias para se defender e o julgamento terá lugar. São necessários agora 54 votos para afastar a presidente. Nesse período, Michel Temer substituirá a presidente. Enquanto isso não acontece, esta semana Dilma mostrou que é uma guerreira, apresentou a bandeira das ‘mulheres’ e voou até aos EUA (onde uma mulher terá a cara nas notas de 20 dólares), onde na ONU, que também vive um momento de defesa das mulheres em altos cargos, tentará passar a mensagem de ser ‘vítima’ de golpe de Estado.

6. Temer, o senhor que segue?

Esta pergunta pode ser colocada de duas formas: Temer, o senhor que se segue na presidência? Ou Temer, o senhor que segue na destituição? Será ele, número dois do governo de Dilma, que poderá ser afastada, também inocente? Eduardo Cunha, o presidente da câmara dos deputados, responde a processo judicial. E o seu aliado do PMDB – Michel Temer – também não está livre. Onde há fumo, há fogo.

7. Obama em Riade

As relações entre o governo norte- -americano e o saudita já viveram melhores dias. Obama, que esta semana foi à Arábia Saudita, um aliado histórico, não teve direito a diretos televisivos mas sim a muitas indiretas diplomáticas. Participou no Conselho de Cooperação do Golfo, que reúne, além da Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Omar e Qatar e terá de ser muito diplomático em nome da aliança e contra o terrorismo. Esta viagem é um teste a esta relação. Petróleo, Daesh, Irão... em cima da mesa. Haja diplomacia. E já agora bom senso.

8. Hillary e Trump

Onde Nova Iorque Para quê discursos

Não é todos os dias que um candidato presidencial discursa na sua torre, na cidade que não dorme, na capital dos lobos de Wall Street. Mas aconteceu esta semana. O milionário e excêntrico Donald Trump fez o seu discurso de vitória republicana no lobby da Trump Tower. Na mesma cidade, e do lado democrata, Hillary Clinton venceu Bernie Sanders.

9. Sempre Shakespeare

Passaram 400 anos desde a morte de William Shakespeare. Intemporal, visionário, o poeta e dramaturgo produziu das maiores obras-primas da literatura. Mas não só. Foi pioneiro em artes distintas e colocou em pleno século XVII, em palco, por exemplo, duas minorias: um negro e uma mulher.

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