No resto do mundo, ‘brexit’, Cameron, Trump e Sadiq Khan, o mayor mulçumano de londres fazem as manchetes, enquanto em França se luta pela lei laboral e Dilma brilha em cannes
Caos instalado na Venezuela
A Venezuela está a viver um dos piores momentos da sua história recente. O país vive um apagão elétrico, social e democrático. O exportador de petróleo tem sido vítima da queda dos preços das ‘commodities’. Mas não só. O baixo nível das reservas da água nas barragens acompanha a queda das condições de vida da população, que veem as prateleiras vazias nos supermercados e não têm acesso a medicamentos. O caos está instalado.
Oposição (insiste) na luta
A oposição tem feito tudo por tudo para correr com Maduro, que não tem o carisma do seu antecessor Hugo Chávez. Mas não está fácil, sendo que o presidente controla o sistema; são inúmeras as condições que têm de ser cumpridas para levar em frente o referendo que o poderá afastar.
(Má)Duro
A braços com um nível de inflação que deverá rondar (até ao final do ano) os 700%, Maduro está desesperado e apela ao estado de emergência, que lhe dá proteção contra o seu afastamento. E foi o que voltou a fazer esta semana. Mas a oposição respondeu. Numa semana, três manifestações. O povo está na rua. Mas Maduro responde ao povo e "aos espanhóis e aos americanos", a quem acusa de conspiração.
Referendo sobre o ‘brexit’
Um outro referendo que está a marcar a atualidade é o da saída do Reino Unido da União Europeia. E faltam apenas cinco semanas para sabermos o que vai acontecer no reino de sua majestade. Daí que não seja de estranhar que no discurso (diplomático e político) que Isabel II proferiu esta semana nada de muito especial fosse dito. Afinal, o grande tema do momento para o Reino Unido é só um: ‘brexit’ sim ou não? Se sim, Cameron deverá sair também. E a Europa viverá (mais) uma "não conquista".
Cameron vs Trump
Em inglês existiu esta semana uma troca de palavras menos simpática entre o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump. Se vencer as próximas eleições presidenciais de 8 de novembro, o sempre polémico magnata colocará – segundo as suas declarações – um ponto final à tão proclamada por Churchill "relação especial" entre USA e Reino Unido. No seguimento da declaração de Cameron, que considerou "estúpida" a ideia de Trump de expulsar os muçulmanos dos Estados Unidos, o americano afirma que se vencer não vai ter uma relação "lá muito boa" com o primeiro-ministro inglês. Já com a Coreia do Norte, Trump referiu que esta semana poderá falar.
Sadiq Khan vs Donald Trump
Quem também promete "não fechar os olhos" às declarações de Trump é o trabalhista Sadiq Khan, o novo ‘mayor’ de Londres de origem muçulmana. O ‘mayor’ apelidou Trump de ignorante e este respondeu na mesma moeda. Em caso de vitória, o mundo com o republicano na presidência não será fácil. Hillary e Sanders, os candidatos do partido democrata, estão sobre pressão. Interna e do resto do mundo.
Passadeira vermelha com Dilma
O elenco do filme brasileiro ‘Aquarius’ manifestou–se contra "o golpe de estado" no Brasil. A imagem correu o mundo e Dilma agradeceu. O realizador, Kleber Mendonça Filho, que tem um cargo público poderá perder o seu "posto". ‘Aquarius’ recebeu 252 382 euros. De notar que o cinema brasileiro foi fortemente apoiado nestes últimos 13 anos de Governo Petista. Enquanto Dilma é estrela em Cannes, no resto de França as manifestações (até da polícia) sucederam-se. A lei laboral francesa é o tema.
Braço-direito de Lula condenado
Quem esta semana não escapou à primeira grande condenação no âmbito da operação Lava Jato foi o ex-ministro José Dirceu, braço-direito do Presidente Lula. Dirceu, de 70 anos, foi condenado a 23 anos e 3 meses de prisão por Sérgio Mouro, por branqueamento de capitais, corrupção ativa e organização criminosa. De notar que Dirceu já tinha sido condenado no processo Mensalão e que terá visto a sua atual pena agravada por alegadamente ter recebido luvas (já detido). O ex-ministro pode recorrer da decisão.
‘A Vegetariana’
A sul-coreana Han Kang venceu por unanimidade o Man Booker International com uma obra escrita há uma década, que conta a história de uma mulher que decide não comer mais carne. Bateu Orhan Pamuk, Elena Ferrante e Agualusa.