"Mama Sume" (aqui estamos prontos para o sacrifício) é a expressão africana que se transformou no grito de guerra dos Comandos.
Compreende-se que a entrega voluntária signifique, in extremis, o sacrifício da própria vida, em cenário de combate, em defesa da pátria. Inaceitável é o sacrifício máximo em cenário de treino. É suposto que ninguém morra ao treinar para sobreviver.
Alvitram-se hipóteses para o sucedido: "Golpe de calor"; falta de assistência atempada e adequada em unidade hospitalar; Hospital Militar sem urgências; eventual erro de diagnóstico. Aspetos que o CEME terá de rever. Mas o fundamental é averiguar o que se passou a montante.
Um "golpe de calor" pode justificar a falência física de um instruendo portador de uma deficiência não detetada. Já não justificará a falência física de um segundo instruendo e muito menos de outros nove, todos no mesmo dia.
Passaram 2 semanas e o silêncio mantém-se. O mesmo que deixou sem resposta outras mortes no passado, em circunstâncias idênticas. A dignificação dos imprescindíveis Comandos impõe outra atitude. O não apuramento de responsabilidades concretas ainda poderá transformar um "golpe de calor" num potencial serial killer.