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Manuel Maria Rodrigues

43 anos depois

A Democracia teima em não dar sinais de maturidade.

Manuel Maria Rodrigues 25 de Abril de 2017 às 00:30
Foi há 43 anos que Portugal acordou sentindo no ar a brisa de um novo futuro. Expirava naquele dia o Estado Novo, assente na austeridade permanente. O povo, esse era mantido no obscurantismo e na iliteracia, alimentando-se esse défice cultural com três condimentos basilares: Fado, Fátima e Futebol.

Mais de 4 décadas após o grito de liberdade, ponto de partida para a construção de uma democracia, alguns insistem em chamar-lhe jovem porque teima em não dar sinais de maturidade. O Fado provou não ser o ópio do povo, cresceu de forma sadia e tornou-se Património Imaterial da Humanidade. Fátima cresceu, tornou-se um meganegócio, dando-se ao luxo de, caridosamente, se alugar apartamentos a 2000 euros de diária durante a visita papal. São outros milagres.

O Futebol cresceu e o amor à camisola foi substituído por contratos de milhões, enquanto adeptos se matam estupidamente em confrontos de claques. Pessoalmente, amo a liberdade e quero continuar a acreditar nos verdadeiros valores de Abril.
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