No dia em que o Papa Francisco visita Portugal, registou-se um dos mais importantes ataques informáticos a empresas e instituições a nível mundial.
Os piratas do ciberespaço (‘hackers’) sequestraram milhares de dados e ameaçaram que só os libertariam a troco do pagamento de um resgate em ‘bitcoins’. Esta é bem uma parábola do novo mundo em que vivemos. Onde a informação é um dos bens mais preciosos, e o dinheiro assumiu a forma desmaterializada de uma moeda digital.
Neste planeta amarrado por uma rede global, onde o trabalho humano é crescentemente substituído por algoritmos informáticos, um homem vestido de branco, que representa para milhões a voz de Deus na Terra, vem rezar perante a imagem da Virgem Maria que apareceu a três crianças há 100 anos.
Este é o desafio de uma humanidade que conseguiu conquistar a Lua e o ciberespaço em menos de um século, mas que ainda não perdeu a capacidade de acreditar que existe algo superior que não se reduz ao ‘enter’ e ao ‘delete’ de um teclado de computador.
Uma humanidade que se congrega na Cova da Iria, e que, primitivamente, continua a acreditar.