Todos conhecemos a forma cáustica como a antiga eurodeputada Ana Gomes tem criticado, desde o início, os Governos de António Costa. Neste momento tão delicado para o executivo, existe um toque a rebate para a união dos socialistas, independentemente de tendências. Aos mais renitentes é preciso dar um estímulo adicional. Será talvez por isso que o nome de Joana Gomes Cardoso, filha de Ana Gomes e do historiador António Monteiro Cardoso, tem sido insistentemente falado como a nova comissária-geral ou vice-comissária de Portugal para a Exposição Universal de 2025, que se realiza na cidade japonesa de Osaka.
Trata-se de um cargo em que a indicação vem diretamente do primeiro-ministro, mas a nomeação pertence formalmente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros. Da última vez, as coisas não correram bem. O comissário-geral escolhido para a Expo Dubai, Celso Guedes de Carvalho, foi exonerado a quatro meses da abertura da exposição, tendo sido substituído pelo presidente do AICEP, Luís Castro Henriques. Agora, para evitar surpresas, na resolução do Conselho de Ministros sobre a participação portuguesa diz-se que, "por inerência", o comissário-geral será o presidente da AICEP, mas o nome de Joana Gomes Cardoso pode vir baralhar esta escolha. A filha de Ana Gomes tem uma larga experiência na administração cultural, e demitiu-se o ano passado da presidência do conselho de administração da EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural, da Câmara de Lisboa.
Para já, a participação portuguesa tem já um orçamento aprovado de 21 milhões de euros, só falta um nome adequado.
Puro VenenoOs novos desafios da Santa CasaAna Jorge tem muitos e grandes desafios à frente da Santa Casa. Um deles é ter um administrador executivo com 78. João Correia, ex-secretário de Estado da Justiça de Sócrates, foi nomeado pela ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho. Outro são os negócios no Brasil. No início do mês o Tribunal de Contas do Distrito Federal (Brasília) aprovou, por unanimidade, o fim da parceria entre o Banco de Brasília SA (BRB) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa para a exploração de jogos de lotaria naquele território da federação brasileira.
Governo a dobrar na escolaO Governo está desesperado para recuperar popularidade. Só assim se compreende que, no passado dia 10 de maio, na requalificação de duas escolas em Abrantes (EB Maria de Lourdes Pintasilgo e EB de Alvega) tivessem aparecido dois ministros; o da Educação, João Costa, absolutamente normal... e a da Agricultura, Maria do Céu Antunes. Uma presença que é difícil de explicar não fora a governante ex-autarca de Abrantes.
Reformas milionárias na AnacomEsta semana realizou-se mais um congresso da APDC - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações, onde, para variar, os principais operadores apontaram espingardas ao regulador. O presidente da Nos, Miguel Almeida, chegou mesmo, em tom de ironia a pedir que o Estado não meta na TAP o lucro de 50 milhões da Anacom. Mas o que o presidente da Nos não sabe é uma consultora principal daquela organização se vai reformar para o mês que vem com 6450 € por mês.
Lisboa gasta 84 mil euros para estudar ciclovias u A Câmara de Lisboa lançou um concurso, por consulta prévia, para selecionar uma empresa que fizesse uma auditoria à rede ciclável da capital no âmbito do projeto europeu VoxPop, que tem como objetivo criar soluções de mobilidade que vão ao encontro das necessidades das pessoas que vivem, estudam, trabalham e visitam Lisboa.
Das seis empresas concorrentes, foi selecionada a francesa EURL Copenhagenize France que, a troco de 84 mil euros, deve, no prazo de sete meses, fazer o levantamento da atual rede ciclável, identificar as principais zonas que carecem de intervenção, apresentar as respetivas soluções e fazer um relatório final a apresentar à autarquia. Esperemos que, após esta auditoria exaustiva, seja dado um destino final à ciclovia da Avenida Almirante Reis, objeto de tantas promessas eleitorais que acabaram por não ser cumpridas.