Já o escrevi e reitero. Juntamente com Pedro da Silva Martins, Tiago Torres da Silva, Miguel Araújo, Maria do Rosário Pedreira, Manel Cruz, Luísa Sobral e Pedro Abrunhosa, Jorge Cruz é dos maiores escritores de canções que Portugal conheceu nos últimos trinta anos.
E se quisermos recuar ainda mais, podíamos juntá-lo a João Monge, Jorge Palma, Sérgio Godinho, Carlos Tê, José Cid, Fausto, José Afonso, Adriano Correio de Oliveira ou José Mário Branco.
Jorge Cruz fez também nascer uma das mais originais, impactantes e desconcertantes bandas de rock das últimas décadas, os Diabo na Cruz, cruzando a música tradicional com o rock contemporâneo.
Escreveu também para Ana Moura, Raquel Tavares, Gisela João, Fábia Rebordão, Cristina Branco ou Ana Bacalhau, entre outros, mas em 2019 viu-se obrigado, contra sua vontade, a afastar-se da música por motivos de saúde, motivos esses que já nem o permitiram dar o seu contributo à digressão de despedida dos Diabo na Cruz (que entretanto tinham anunciado o fim).
Revelou primeiro em comunicado que tinha levado a sua saúde até ao limite para explicar depois que sofria de tinnitus severo com perda de audição provocado por trauma acústico. Adiantava que estava afetado na sua qualidade de vida e na capacidade de usufruir e de fazer música.
Entretanto, aprendeu a viver com a doença e regressa agora aos palcos, quatro anos depois, com uma "música suave", como diz, com "viola e voz". Dia 13 na Casa da Música, no Porto, e dia 14 no Teatro Maria Matos, em Lisboa.