Mário Soares chamava-lhe o ‘direito à indignação’, muitos usam a expressão ‘sobressalto cívico’. Conceitos em desuso, num todo nacional cada vez mais adormecido. Entrámos num torpor cívico, de que alguns espertalhões se aproveitam para ditar leis.
Se ao nível do Governo, desde o caso das incompatibilidades de Siza Vieira, é sabido que as mais relevantes normas podem ser contornadas - interpretadas a mando, ou mesmo reescritas por um Parlamento serviçal -, desce-se a pirâmide e brotam múltiplos abusos e desmandos.