O longo caminho do
Correio da Manhã até à lista com as identidades das vítimas mortais de Pedrógão Grande começou poucos dias depois da tragédia.
Então, decidimos que a verba angariada nos generosos telefonemas dos nossos leitores e espectadores, a que se somou a contribuição do
CM-Canadá, deveria ser dividida em partes iguais por cada vítima mortal. E entregue aos seus familiares diretos, segundo as regras do direito sucessório.
Temos cerca de cem mil euros para entregar e estávamos longe de sonhar com mais este pesadelo de opacidade, só vencido pela Imprensa mais de um mês após a tragédia.
Desde o soco no estômago da Nação com o anúncio dos primeiros 19 mortos, assumidos com dor e frontalidade pelo sec. de Estado presente no local, o Governo perdeu-se nas lágrimas da sempre flébil ministra e na desorientação estratégica de António Costa.
Toldado por nuvens de propaganda, o primeiro-ministro perdeu a iniciativa justa e o tempo político. Está sem norte. Deixar nas mãos do Ministério Público a escolha do momento para revelar a lista oficial de mortos pelo fogo de Pedrógão não é respeitar a separação de poderes. É desrespeitar os cidadãos portugueses.
O seu direito à informação e à transparência.