Ando por Lisieux, num encontro de reflexão. Mas perco-me a olhar a cidade pela janela. Vejo Teresa em todos os recantos: nas ruas, na igreja, nos verdes, nas flores. Como um perfume que anda no ar.
Lisieux é ela, a sua infância, a sua casa, os seus pais Zélia e Luís Martin que foram canonizados há um ano pelo papa Francisco. É a "História duma alma", que li na juventude e me deixou marca indelével do que ela foi na família de sangue e do Carmelo. Nada fez nem disse de extraordinário. Apenas foi extraordinária em tudo e em cada momento. Sobretudo no aparentemente insignificante.
A sua fotografia, com os olhos presos em nós, deixa uma impressão forte, uma frescura de juventude, serena e inocente, sem o mais pequeno trejeito de santa. Morreu aos 24 anos. Lembro-a desde jovem e da grandeza das suas pequenas histórias.
Teresa é glória de Lisieux. E da Igreja. Ela só soube disso quando chegou ao céu porque na terra nada parecia deixar de vistoso. É uma santa moderna, viva, humana, missionária assumida, criadora duma espiritualidade apaixonante. Ao lembrá-la, tenho presentes tantos e tantas que já vieram depois e aí estão, vivos no seu olhar e no contágio do seu exemplo. Não me digam que já não há santos.