O líder do principal partido da oposição emaranhou-se num discurso catastrofista do qual é difícil aparecer à tona sem perder a face. O tom pessimista e o ‘Diabo à solta’ que, afinal, escolheu outras paragens, baralharam Passos Coelho, incapaz de dar a volta à retórica. Acabou por desembocar numa rua sem saída, sem arte nem golpe de asa para dar a volta à situação. Faltam argumentos até para consumo no interior do seu partido.
O crescimento económico pelo qual o PSD tanto batalhou acaba por ser o responsável pelo seu naufrágio. Incapaz de perceber que a situação só poderia melhorar depois de penosos anos a fio – pior era impossível -, os sociais-democratas ficaram reféns dos seus argumentos.
Se procurarmos uma comparação, aconteceu tal como os clubes de futebol que passam a época a vociferar contra as arbitragens e, depois, ficam sem fundamentos quando mudam a equipa técnica, afinal com suficientes culpas no cartório.
Os tempos não estão mesmo fáceis para os ‘laranjas’ e tudo de bom que aconteça ao País significa, em sentido contrário, um resultado negativo para Passos Coelho, mesmo que chame para si as bases da recuperação económica de Portugal.